sábado, 4 de junho de 2011

Pense / Denke - de Ludwig Rubiner



Pense


A noite na alva prisão é pérola-lunar e altiva,
Esqueletos de brilho-bronze cruzam diante das clarabóias
no futuro,
O chefe está deitado sobre um colchão duro,
Um olho-espião espreita sorrateiro através do postigo da
lustrosa porta-de-aço.
Está deitado tão quieto que o sangue através dos membros flui e reflui,
A torre da cabeça cobre-se de marrom e sobe e desce com pressa
pelos guardas.
Abaixo das cisternas da boca jaz a aridez.
Lá fora os campos escurecidos esperam longe das fogueiras.
Ó boca, logo sobrenadam turbas armadas iguais a ondas enegrecidas,
Cabeça marrom, você as arremessa estalante terra afora,
Ó brilho dos olhos, que encontra a mira no fogo que queima.
Ó cúpula, de onde estão suspensas as novas casas da terra,
envoltas umas nas outras, inumeráveis, e colunas-de-figuras,
bosques, línguas,
Você, cabeça-de-cristal !


Apenas repousa em silêncio sobre um cubo branco da cela sobre a
borda do colchão noite adentro,
Os dedos sorrateiros de lado iguais na cova cedo de manhã.
Mas seu pulsar bate bem menos através das tubulações na parede da
fortaleza,
Os guardas sussurram – o que é proibido – aos prisioneiros.
Seu olho irmão circula olhando como se fosse pedra rolante através vigiadas celas.
Pense através dos cérebros de todos os prisioneiros, lá fora até aos guardas,
acima dos pátios, lá fora até as ruas!
A pedra deixada sobre você, ela inchava.
Seu cabelo é a plataforma dos guardas sem-sono,
Os muros de pedra em seu sangue inspiram e expiram com seu tremor,
As janelas gradeadas lá no alto da casa são escuras ao seu olhar.
Durante milênios a fortaleza é a sua imagem em outros países,
seu nome flutua em chamas no céu, acima de sua imensa cabeça-de-pedra.


Chefe, não durma esta noite. Apenas durante esta noite
pense!




Trad. Leonardo de Magalhaens






... 




Denke

Die Nacht im weißen Gefängnis ist mondperl und hoch,
Glanzbraune Gerüste kreuzen vor der Luke in die Zukunft,
Der Führer liegt auf der wulstigen Pritsche,
Ein Spitzelauge haarig schmal witzte durch das Guckloch der glatten Eisentür.
Er liegt ganz still, daß das Blut durch die graden Glieder fließt und zurückschießt,
Der Turm braun bewachsen des Haupts wird auf und herab bestiegen eilends von Wachen.
Tief unten der Wassergraben des Munds liegt in Dürre.
Draußen warten die dunklen bewegten Felder auf den Feuerschein.
O Mund, bald schwimmen bewaffnete Haufen wie schwarze Wellen hervor,
Braunes Haupt, du schleuderst sie krachend weit ins Land,
O Schein des Auges, der das Ziel im Brandfeuer trifft.
O Kuppel, darin die neuen Häuser der Erde schweben, flach ineinandergehüllt, zahllos, und Bildsäulen, Wälder, Sprachen,
Du kristallenes Haupt!

Liegst nun schweigend im weißen Würfel der Zelle auf nächtigem Pritschenrand,
Die Finger schmal zu den Seiten wie morgen im Grab.
Aber dein Pulsschlag klopft schon sacht durch die Mauerröhren der Burg,
Die Wärter flüstern verboten den Gefangenen zu.
Dein Bruderauge kreist schauend wie bewegter Stein durch die wachenden Zellen hin.
Denke du durch alle Gefangenenhirne, hinaus zu den Wachen, über die Höfe, hinaus in die Straßen!
Der Stein über dir aufgetrieben, schwillt.
Dein Haar ist die Plattform der schlaflosen Wachen,
Die Steinmauern in deinem Blut atmen auf und ab von deinem Beben,
Die Gitterfenster rund hoch um das Haus sind dunkel aus deinem Blick.
In Jahrtausenden ist die Burg dein Abbild weit in die Länder hin, dein Name schwebt feuergroß auf dem Himmel, über deinem riesenhohen Steinkopf.

Führer, schlafe heute nacht nicht. Nur diese Nacht denke noch!








Ludwig Rubiner

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LdeM

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