2
poemas
Poesia
Beat
Kenneth
Rexroth
EUA,
1905-1982
Lyell's
Hypothesis Again
NOVAMENTE
A HIPÓTESE DE LYELL
“uma
tentativa de explicação das mudanças
da
formação da superfície da terra por
causas
ainda em operação”
subtítulo
de “Príncipios de Geologia”, de Lyell
1
As
estradas da montanha aqui terminam,
encerradas
num precipício cuja ponte
foi
varrida pela enxurrada anos atrás.
A
primeira cotovia reluz, vermelha,
na
primeira mancha de luz de uma manhã
de
abril. A corredeira ruge
e
crepita qual um baile
militar.
Aqui, junto à cabeceira,
a
vida insuperável, rubra
do
equinócio, ciosa e sentimental,
decai
ao mar e à morte.
A
veste da simpatia e da agonia
que
une a carne em sua túnica de Nessus,
a
teia construída de não-ser
e
ser, se derrama e pontilha
o
leito do sol com setas de flor
como
sangue que se tortura sobre
a
água rompida ao ar
vibrante.
Este Eu, ditado pela tragédia
pessoal
e a vastidão
da
impessoalidade rancorosa
da
ruína e do mundo se arruinando,
descansa
nesta imortalidade.
Tão
apaixonado, tão apático
quanto
a corrente de lava que um dia aqui queimou;
e
aqui parou; e disse: 'Até aqui e
nem
um passo a mais', e dali em diante
falou
na simples dicção da rocha.
2
Nus
no ar quente de abril,
deitamo-nos
sob as sequóias,
num
ensolarado refúgio de penhasco.
Você
se ajoelha sobre mim e vejo
pequenas
marcas vermelhas em seus flancos
como
mordidas, onde as pinhas
pressionaram
sua carne.
Acham-se
as mesas marcas
no
linhito do penhasco
sobre
as nossas cabeças. Sequooia
langardoffi
antes
da glaciação.
E
sempivirins
após.
Há
pouca diferença,
exceto
por tantos anos.
Aqui
na doçura, no morrente
olor
das flores primaveris, lavados,
ossos
e destroços unidos,
unidos
calmos e nus,
sob
esta árvore por um momento,
nós
escapamos à amargura
do
amor, da perda do amor e do amor
traído.
E o que deveria ter sido,
e
o que deve ser, caem equidistantes
ali
com o que é, deixando
apenas
estes ideogramas
impressos
ao imortal
carbono
da carne e da rocha.
Trad.
Alexandre Barbosa de Souza e Sergio Cohn (revista Azougue)
Original
em http://www.poetryfoundation.org/poem/171530
…
Gary
Snyder
What
You should know to be a Poet
O
QUE VOCÊ DEVERIA SABER PARA SER UM POETA
tudo
que puder sobre animais assim como pessoas.
nomes
de árvores e de flores e de ervas daninhas.
nomes
de estrelas e o movimento dos planetas
e
da lua.
seus
próprios seis sentidos, com uma mente atenta e elegante.
pelo
menos um tipo de magia tradicional:
adivinhações,
astrologia, o livro das mutações, o tarô;
sonhos.
os
demônios ilusórios e os reluzentes deuses ilusórios;
beijar
o cu do diabo e comer merda,
foder
seu calejado pau farpado;
foder
a bruxa,
e
os anjos celestiais
e
as Virgens preciosas e perfumadas -
&
então amar o humano: esposas maridos e amigos.
jogos
de criança, quadrinhos, chiclete,
a
bizarrice da televisão e dos anúncios.
trabalhar,
longas e áridas horas de trabalho maçante
engolido
e aceito
e
tolerado e finalmente amado. exaustão,
fome,
descanso.
a
liberdade natural da dança, êxtase,
a
tácita e solitária iluminação, ênstase
perigos
reais. riscos. e o gume da morte.
Trad.
Luci Collin
original
em : http://ninaalvarez.net/2007/04/24/poem-of-the-day-42/
fonte:
Azougue especial – Poesia
Beat –
org. Sergio Cohn / 2012
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