Allen
Ginsberg
Balada
dos venenos
Com
o óleo que listra as ruas em mágica coloração,
Com
a fuligem que cai sobre a vegetação da cidade.
Com
o enxofre no porão & o cheiro do escuro carvão
Com
a poluição que avermelha as suburbanas colinas do poente
Com
a Sucata que deixa negros & brancos com a vontade doente
Com
as bolhas de plástico que só imensas eras dissolverão
Com
os novos plutônios que só dissiparão
A
febre dos venenos após tempo milenar,
Com
os pesticidas que cercam e giram Cadeias de alimentação
Possa
sua alma ter pouso, possam seus olhos chorar.
Com
os feros hormônios no frango & no ovo aveludado
Com
o pânico da tinta vermelha na carne do hambúrguer
Com
as drogas velhas, nitrato no porco fatiado
Com
o cereal açucarado crianças aos berros de morrer,
Com
aditivo Químico que causa Câncer
Com
a bexiga e a boca no seu salame,
Com
o Estrôncio Noventa nos leites de Mami,
Com
as vozes mais sensuais cerveja nas orelhas despejar
Com
os Copos de Nicotina até que você vomite
Possa
sua alma ter pouco, possam seus olhos chorar.
Com
o forno de microondas televisão
Com
o Cádmio a reinar nas fruteiras árvores
Com
o Centro de Comércio em noturna ejaculação
Com
a praia de Coney Island numa babugem de Fezes
Enquanto
Baleias azuis cantam nos mais raros mares
Com
mundos Amazônicos e peixe na imensidão
Lavado
em Rockefellers de ensebada Poção
Com
terrores atômicos o oleoso labor alimentar
Com
a CIA manchando do Mundo a emoção
Possa
sua alma ter pouso, possam seus olhos chorar.
Envoi
Presidente,
da barata do ódio a devoção,
Povo
envenenado com radioativa loção,
Do
ódio sem alma energia biônica se aveadar
Possa
seu mundo ter limpa emoção,
A
alma encontrar pouso, olhos de muito chorar.
trad.
Afonso Henriques Neto (in Fogo Alto / Azougue / 2009)
Ballade
of poisons
With
oil that streaks streets a magic color,
With
soot that falls on city vegetables
With
basement sulfurs & coal black odor
With
smog that purples suburbs’ sunset hills
With
Junk that feebles black & white men’s wills
With
plastic bubbles aeons will dissolve
With
new plutoniums that only resolve
Their
poison heat in quarter million years,
With
pesticides that round food Chains revolve
May
your soul make home, may your eyes weep tears.
With
freak hormones in chicken & soft egg
With
panic red dye in cow meat burger
With
mummy med’cines, nitrate in sliced pig
With
sugar’d cereal kids scream for murder,
With
Chemic additives that cause Cancer
With
bladder and mouth in your salami,
With
Strontium Ninety in milks of Mommy,
With
sex voices that spill beer thru your ears
With
Cups of Nicotine till you vomit
May
your soul make home, may your eyes weep tears.
With
microwave toaster television
With
Cadmium lead in leaves of fruit trees
With
Trade Center’s nocturnal emission
With
Coney Island’s shore plopped with Faeces
While
blue Whales sing in high infrequent seas
With
Amazon worlds with fish in ocean
Washed
in Rockefellers greasy Potion
With
oily toil fueled with atomic fears
With
CIA tainting World emotion
May
your soul make home, may your eyes weep tears.
Envoi
President,
’spite cockroach devotion,
Folk
poisoned with radioactive lotion,
’Spite
soulless bionic energy queers
May
your world move to healthy emotion,
Make
your soul at home, let your eyes weep tears.
January
12, 1978
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