Sobre
surrealismo em Paranoia
[1963;
2000]
poemas
de Roberto Piva [1937 - 2010]
As
Imagens Surrealistas em Paranoia
de Roberto Piva
“Não
é o medo da loucura que nos forçará a deixar a meio-pau a bandeira
da imaginação” André Breton
(Primeiro Manifesto Surrealista)
RESUMO
Este
trabalho objetiva identificar na obra Paranoia (1963) do poeta
paulista Roberto Piva (1937-2010) as marcas intertextuais que
demonstrem sua inserção no contexto da poética brasileira que
dialoga com a vanguarda surrealista (originária das décadas de
1920/1930), além de situar o estilo da poética de Piva.
Palavras-chave:
Poesia; Surrealismo; Intertextualidade; Roberto Piva
A
poética de Piva é plural. Permite várias leituras que destacam
camada após camada na poesia de Paranoia,
ora a linguagem, ora o homoerotismo, ora a transgressão, ora a
blasfêmia, ora a descrição da metrópole, a 'cidade-sucata', ora a
geração de jovens amigos poetas, ora a busca da espiritualidade
xamânica, em poemas densos de referências e intertextos. A
dificuldade está em 'integrar' todos os estratos de sua escrita, uma
vez que o sujeito poético é, em si-mesmo, múltiplo e
contraditório. É tensionado entre a vontade de confessar e de
ofender, de descrever e de deformar.
Nesse
artigo, destaca-se uma das camadas, as marcas do surrealismo, ou
seja, as marcas da vanguarda surrealista no estilo e nas imagens de
Piva, além do método
paranoico-crítico do pintor
espanhol Salvador Dalí (1904-1989), que integrava representação e
alucinação, confissão e delírio, vida urbana e mundo onírico.
Há
um possível rastro de simbolismo nos poemas de Piva, como na escrita
de um Cruz e Sousa (1861-1898) ou de um Augusto dos Anjos
(1884-1914), quando se percebe uma distinção, quase uma
personificação das sensações, estados emocionais, abstrações,
quando não é uma loucura, um delírio, mas a Loucura, ou o Delírio.
Assim encontramos a Beleza, a Apoteose, a Seriedade, a Bondade, a
Piedade, a Pureza Estagnada, o Espírito Puro, o Fôlego, o Tédio, o
Tempo, a Vida, a Eternidade, a Morte Absoluta, o Abismo, a Noite, o
Caos. São abstrações quase corporificadas, entes metafísicos que
circulam nas peripécias do sujeito poético. Ele dialoga com elas,
blasfema contra elas.
É de
se lembrar que o uso de maiúsculas é evidente na poesia do poeta
Beat norte-americano
Allen Ginsberg (1926-1997), quando em seu poema-uivo Howl
(1955/1956) ele proclama, dentre
outras metafísicas, as presenças de Heaven,
Eternity, Time, Absolute Reality, Space, Mind, Soul, Nightmares,
Angels, Epiphanies. Certamente,
Piva, poeta e entusiasta, e Claudio Willer, poeta, tradutor e
ensaísta, foram leitores e tradutores dos poetas norte-americanos da
geração Beat
e a divulgarem nos círculos literários de São Paulo, e
posteriormente, no resto do Brasil, com outras traduções,
principalmente de Howl
por Willer e de On the Road,
de Jack Kerouac, por Eduardo Bueno (1958-).
Há
em Paranoia
de Piva um surrealismo ao adentrar o mundo onírico, em alucinações,
com suas características de deslocamento e condensação, ou seja,
metáfora e
metonímia
(segundo a leitura psicanalítica de Jacques Lacan (1901-1981), a
relacionar processos oníricos com as figuras de linguagem, pois
acreditava que o “inconsciente
se estrutura enquanto linguagem”
), contudo, o surrealismo piviano é temperado com ironia, entre
analogias e metáforas, recheada de delírios e imagens sobrepostas
ou desfocadas.
Uma
poética que parte de descrições, referências geográficas
deslocadas em alucinações. Ou seja, surgem a partir do referencial,
do vivenciado, mas sofrem uma deformação com as tonalidades do ser
subjetivo. É o seu uso do método “paranoico-crítico”,
como professava Dalí, a pretender trazer até a Arte os delírios da
paranoia.
Não por acaso a obra de Piva é intitulada com base neste transtorno
psicológico.
A
poética de Piva (e gradativamente após Paranoia)
é um desafio à racionalidade iluminista, uma voz que clama no
deserto midiático, lá ignorado tanto por Direitas quanto Esquerdas,
um marginal até para os rotulados marginais, não por escrita
'marginal' (ao contrário, pois demonstra erudição) mas por ser
marginalizado, a situar-se tal qual os poetas da chamada Geração
Beat, nos Estados Unidos,
durante as décadas de 1950 e 1960, contra o mundo ocidental, mais
dados ao romantismo inicial, à magia do Oriente, ao clamor
surrealista. Melhor seguir o sonho e a fantasia do que um mundo
tecnocrata que comercializa a guerra, que mercantiliza a destruição
em massa, que sistematiza os genocídios.
Roberto
Piva se considerava um poeta na cidade, mais do que um poeta
porta-voz da cidade, antes ele preferiria viver no campo, numa
negação do mundo pós-industrial, num novo bucolismo de viés
xamânico. Daí ser inexato situá-lo entre os flâneurs,
ao estilo de Charles Baudelaire (1821-1867), ou Cesário Verde
(1855-1886). Há então ânsia de bucolismo? Sim, mas não na obra
Paranoia,
mergulhada na selva-de-concreto urbana. Como já dissera Piva em
entrevista, “Paranoia
foi a forma que encontrei para exorcizar a cidade e o câncer urbano
das pessoas.”
Os
Surrealistas
Os
artistas surrealistas, desde os anos 1920, sempre lembraram em
escritos, manifestos e proclamações que o surrealismo não se
restringia apenas ao campo da Arte, mas ao todo da vida, ao integrar
vivência e criação. O importante era apresentar ao 'homem
desperto', alienado e domesticado, as perspectivas do 'homem
adormecido', pleno de sensações não reprimidas. E o movimento
muito menos se limitaria à literatura, à escrita automática, uma
vez que o 'registro' dos devaneios e sonhos em imagens sempre foi uma
forte expressão do grupo, com pintores que ficaram mais famosos que
os escritores. Pintores como o francês Francis Picabia (1879-1953),
o alemão Max Ernst (1891-1976), o belga René Magritte (1898-1967) e
o espanhol Dalí.
São
notáveis as marcas do Simbolismo, do Dadaísmo e Expressionismo na
produção do Surrealismo, que apresentava o mundo dos sonhos e dos
devaneios, em reação ao Futurismo, que exaltava o mundo das
máquinas e da velocidade. Semelhantes aos poetas de outras
vanguardas, os surrealistas proclamavam uma lista de precursores,
como que anunciadores da 'boa nova' do Surrealismo, como se havendo
uma continuidade de 'visionários' que se estendia deste o bardo
florentino Dante Alighieri (1265-1321) passando pelo poeta místico
inglês William Blake (1757-1827), os poetas-videntes alemães
Novalis (Georg Philipp Friedrich, 1772-1801) e Friedrich Hölderlin
(1770-1843), e o norte-americano Edgar Allan Poe (1809-1849) e
chegando aos poetas 'videntes', os 'poètes
maudits', Charles Baudelaire
(1821-1867), Arthur Rimbaud (1854-1891) e o Conde de Lautréamont
(Isidore Ducasse, 1846-1870). As influências são reconhecidas em
várias obras dos vanguardistas, evidenciando o quanto havia de
tradição na inovação.
Muitos
autores surrealistas se destacaram, seja na prosa ou na poesia, ou
unindo ambas, em longos e alucinados poemas em prosa, em narrativas
um tanto absurdas e m enredos descontínuos, desordenados, à deriva
dos delírios. Alguns se destacam pela influência que exerceram
sobre outros artistas, surrealistas ou não. Outros foram além do
rótulo 'surrealista', tais como Paul Éluard (1895-1952), com sua
poética amorosa, multimetafórica, ou Antonin Artaud (1896-1948),
conhecido pela loucura de sua obra e vida, ou Jacques Prévert
(1908-1977) e Raymond Queneau (1903-1976) que seguiram outras
vertentes, ou mesmo Georges Bataille (1897-1962), que se destacou
como pensador, em obras a destacar o valor transgressivo das
poéticas.
Assim,
dos poetas surrealistas que podemos mencionar, dentre vários que
deixaremos ao largo, a maioria é de origem francesa, dispostos ao
redor da figura centrípeta de André Breton, autor de poemas,
romances e manifestos (os mencionados Manifestos
Surrealistas de 1924 e de 1930),
lembraremos daqueles que foram apropriados nas obras dos poetas
surrealistas latino-americanos, segundo as pesquisas do poeta
Floriano Martins, tais como o mexicano Octavio Paz (1914-1998), o
chileno Vicente Huidobro (1893-1948), o peruano Cesar Vallejo
(1892-1938), e os brasileiros Roberto Piva e Claudio Willer, mais
próximos de nosso estudo. Assim merecem ser lembrados o
pré-surrealista, poeta simbolista e dramaturgo (do que seria depois
o Teatro do Absurdo)
Alfred Jarry (1873-1907), Philippe Soulpault (1897-1990), Louis
Aragon (1897-1982), Pierre Revérdy (1889-1960), Benjamin Péret
(1899-1959), René Crevel (1900-1935), Robert Desnos (1900-1945),
além do mencionado Artaud.
Na
condição de vanguardistas os poetas se voltam para a criação e
para a autoanálise, em metapoemas que desvelam os anseios da
'juventude revoltada' (a 'jeunesse
revoltée', segundo Claude
Abastado) num vórtice de aceitação e rejeição, pois ao se
exporem geram escândalos, e mais transgressões que geram mais fama
e mais deslocamento. Tantas leituras e referências que demonstram a
dívida que os jovens surrealistas tinham com os românticos, os
simbolistas, os decadentistas, os expressionistas, os 'malditos', os
dadaístas, os cubistas, seja consciente ou inconscientemente. As
poéticas de Revérdy e Péret evidenciam uma posição do poeta
diante da escrita, as motivações, as buscas , os desencontros,
enquanto Aragon, Crevel e Desnos se deixam levar mais pelos devaneios
descritivos-deformados, que não faltam em Artaud, autor de uma
dramaturgia 'de choque'.
Na
defesa da vanguarda surrealista, André Breton se tornava mais
formalista, exigente e até autoritário, o que provocava rupturas e
dissensões. A dificuldade, até impasse, está em conciliar a
liberdade do fazer artístico com os imperativos das ideologias
partidárias. Em que proporção a Arte deve servir aos objetivos
panfletários? A ênfase seria dada sobre o modo de fazer ou sobre a
mensagem? O poeta deve se preocupar com suas confissões ou com os
debates políticos de sua época?
Surrealistas
no Brasil
A
vanguarda surrealista é de predominância francesa, de ambiente
francês, contexto cultural europeu, pós-Primeira
Grande Guerra (1914-1918), com
as denúncias dos horrores dos conflitos imperialistas, dos desatinos
políticos e econômicos que assolaram a autocentrada civilização
europeia ocidental. Esta característica de produto cultural exógeno
faz levantar uma questão: será que a vanguarda surrealista no
Brasil foi um exemplo de “ideia
fora de lugar” (bem
diagnosticado pelo crítico Roberto Schwarz em relação ao
Liberalismo na época do Império) quando se percebe que o
surrealismo na Europa foi uma reação ao racionalismo
tecnocrata-imperialista, sendo que no contexto brasileiro sempre
convivemos com o irracionalismo. O surrealismo no Brasil seria
redundante? Temos uma ordem positivista, mas uma desordem
tropicalista.
Tivemos,
contudo, uma poética de construção, uma poesia-concreta, pensada,
arquitetada, ao estilo João Cabral de Melo Neto (1920-1999) ou dos
irmãos Campos (Augusto, 1931- e Haroldo, 1929-2003). Havia ânsia de
desenvolvimentismo, de construção, de ampliar o processo
civilizatório, não criticá-lo, não desafiá-lo, mas, antes,
integrar-se à crescente expansão do capitalismo global, com suas
vantagens, e desvantagens. É preciso olhar em que contexto cultural
o surrealismo entrou, com certo atraso, após uma leve influência
sobre a primeira geração de modernistas nos anos de 1930, tais como
Mário de Andrade (1893-1945), Oswald de Andrade (1890-1954), Murilo
Mendes (1901-1975) e Jorge de Lima (1893-1953), uma vez que o tom
surrealista possibilitava expressar imagens da tradição, das
lendas, do caos social, do misticismo religioso.
Uma
época de liberalismo e desenvolvimentismo, quando surgia o poeta
Roberto Piva e seu Paranoia,
no início dos anos de 1960, após a passagem do populismo do
presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976), o JK, e a chegada do
populismo janguista, do presidente João Goulart (1919-1976), o
Jango, expulso pelo Golpe Civil-Militar de 1964, que instalou um
regime autoritário, de moldes centralistas direitistas,
anticomunistas, contra os sindicatos e a livre expressão, até a
volta à democracia em 1985. Assim foi na segunda metade da década
de 1960, e em radicalização repressora na década de 1970.
Para
melhor se entender o contexto cultural recorremos ao crítico
Benedito Nunes (2009) com seu ensaio A
Recente Poesia Brasileira: Expressão e Forma,
onde evidencia o 'fantasma do autoritarismo' que assombrou esta
geração, cheia de suspeitas quanto a cultura ocidental,
Com a
virada política de 1964, malogrando essa participação, na
atmosfera do
medo às ideias, de repúdio à inteligência e de
desencanto relativamente à
função libertadora da poesia –
atmosfera que acompanhou o regime militar,
sinônimo de portas
fechadas - , houve o enfraquecimento, o abandono,
quando não o
desprezo, da tradição moderna pela geração
típica dos anos
1970: os poetas
decepcionados com a cultura, que parecia reproduzir o
fantasma do
autoritarismo, os poetas que cultivaram uma atitude de
transgressão
a todos os códigos, fazendo da poesia linguagem de negação e
de
exclusão por excelência – linguagem que ficava à margem das
instituições,
e que resguardava a marginalização a que se
expunham ou a que haviam sido
relegados. (2009, p. 160)
o que
mostra o quanto de resistência foi necessária para Piva se manter
publicável e atuante numa situação nacional de censura e
violência. Os poetas se marginalizavam e eram marginalizados, suas
obras sem lugar no mercado. É preciso criar um 'mercado paralelo',
em vendas e trocas por conta própria, imprimindo artesanalmente, em
cópias de mimeógrafo, o que deu nome a esta geração de
resistentes. (Uma resistência cultural, enquanto outros resistiam
com armas.)
Numa
época assim, de pós-populismo, de autoritarismo, de censura e
violência, Paranoia
seria uma obra paranoica? Uma obra a refletir um estado mental de
claustrofobia e horror? Num momento de vertigem diante do pesadelo
nuclear? Percebe-se todo um clima apocalíptico devido à Guerra
Fria, quando as superpotências
Estados Unidos e União Soviética se ameaçavam com seus arsenais.
[Em 1962, o episódio da Crise
dos Mísseis, quando o governo
soviético foi acusado de instalar mísseis na ilha de Cuba, que se
proclamara socialista.] Afinal, o título da obra se refere a um
transtorno de caráter psicológico, segundo consta em qualquer
volume de Psicologia, onde Paranoia é classificada como um tipo de
Psicose
(doença mental grave com alucinações), um distúrbio mental com
ocorrência de delírios persecutórios ou mania de perseguição.
No
quadro da paranoia, o doente consegue se imaginar constantemente em
situações de perigo, sob ameaça alheia, a distorcer até
acontecimentos banais como reais ataques à sua pessoa. Mais: o
doente se convence da perseguição com um afastamento da realidade.
E já que são ilusões, há uma fuga da racionalidade, isto é, do
controle da razão, o que acontece em outras doenças do tipo
psicose, como a esquizofrenia (demência precoce), com algumas
reações paranoicas. No mais, a paranoia pode ser crônica e
progredir até a necessidade de uma internação, quando infelizmente
a possibilidade de sucesso da psicoterapia é muito remota.
A
flertar com a loucura, o desmembramento do sujeito, meio paranoico e
consciente, assim se situa Roberto Piva enquanto poeta-criador, ao
saber-se paranoicamente ciente,
como diz em seu manifesto Minotauro
dos Minutos, contra o penico
estreito da Lógica, contra as
bordadeiras de poesia, ao
ajudar-nos a situar sua obra como surrealista, mas não de simples
nonsense,
ou absurdo. Mas de resistência e transgressão. Tecida de devaneios
que revelam símbolos, até arquétipos, como esperava Gaston
Bachelard, para quem não adianta explicar, ou querer analisar com
outras abstrações, antes “explicar
o devaneio pelo devaneio”.
Em
seus devaneios, o poeta encontra outros poetas, seus mestres de
tantas leituras. Piva, enquanto poeta-leitor, convive em andanças
textualmente com poetas e pensadores, vozes vitalistas e
iconoclastas, não só os surrealistas, mas, sobretudo, os
inclassificáveis, tais como Dante, Lautréamont, Dostoiévski,
Whitman, Rimbaud, Freud, Breton, Robert Desnos, Garcia Lorca,
Ferenczi, Monnerot, Kafka, Fernando Pessoa, Mário de Andrade, Murilo
Mendes, Jorge de Lima, Artaud, Allen Ginsberg, Gregory Corso,
Burroughs, Kerouac, Lamantia, Ferlinghetti, dentre tantos outros. Uma
sucessão de autores desde a Idade Média até meados do século 20.
Desde
os seus quatro primeiros manifestos, publicados em 1962, com o
coletivo Os que viram a carcaça,
Piva se evidencia entre oposições, mesmo entre tensões,
vivendo entre o campo e a cidade; entre o flâneur
e o xamã; entre o confessional e o iconoclasta; entre o lírico e o
grotesco; entre a consciência e a paranoia; entre o aristocrata e o
libertário; entre a tradição e a vanguarda. Já inaugura suas
metáforas corrosivas em Bules,
bílis e bolas, onde conclama
que devemos é se entregar ao
desregramento, bem ao estilo de
Rimbaud (confessado em sua carta, denominada “do vidente” ) pois
é fato que somos deliciosamente
desorganizados. Assim em A
máquina de matar o tempo muitas
ironias, pois queremos amigos que
não sejam sérios, mas sim
contra os gabinetes, contra as borboletas
douradas, contra a poesia
das Arcadas. Também em A
catedral da desordem mais
oposições/tensões, sendo contra
Hegel por Artaud, pois está
contra a Lógica pela Magia,
e contra a mente pelo corpo,
para no final bombardear contra
tudo por Lautréamont, ao se
identificar com o mundo paranoico de Maldoror.
...
continua ...
dez/14
Leonardo
de Magalhaens
(Leonardo
Magalhães Silva)
Fale
UFMG
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