quarta-feira, 30 de agosto de 2017

poemas surreais de Rodrigo Brito







RODRIGO BRITO


[MT, 1989-]



Cevada Amante


A tempestade colorida anseia
os mimos da sua parede vermelha
na imensa rua estreita da passarela
absoluta de seus cachos fotográficos
dentro daquele pulmão engraçado
de seu licor de abacaxi


...




Revolta Lasciva


Desenho o vazio suspenso
do frio solar marginal
para mastigar a voz laranja
que tens na valsa
os pastéis octogonais da memória


Ai, O futuro foi tão nostálgico!
Lembrava dos bacanais estéticos
tenebrosos que apontam aos cadernos anões
e absinto as pernas das paredes brancas





...





Pulsação Versátil


Sozinho nos jardins aglomerados
imensos de estrelas cantoras
que cantam as desconhecidas
cantigas de um universo acolhedor.
A ouvir o aroma do piscar sônico
um silêncio ensurdecedor lamenta
a despedida binária de luz intensa.


As chuvas galácticas são líricas
e desvendam os passos amorosos
aos versos de uma estrela giratória
que tocou as mãos meigas no rosto
de um beijo de primavera nos afagos
gentis de estrelas de nêutrons em transes


As estrelas são engraçadas!
Ao sorrir, desenhei um vento para
me lembrar as essências doces de cabelos
sedosos que recordam as linhas vermelhas
da eternidade enluarada e permanente


O ronco da Nebulosa do Caranguejo tripé
emite a cor massiva e me faz desejar
viver no rio colorido de seu olhar abrasador.
Oh, Nebulosa! A sinfonia de seu enigma
soletra o capítulo de amor em um
abraço carinhoso de Supernova






fonte> http://colunastortas.com.br/2014/07/22/poesia-surrealista-a-todo-vapor-com-rodrigo-brito-e-o-solsticio-ao-luar/



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Rodrigo Brito




colheradas de mortes exalam

um vazio no corpo
os sustos as angústias
lápides internas todas devastadas
o silêncio lançamento de lembranças
imagens de oceanos
cheiros que levam ao abismo
memorial de sorrisos
o que carrega dentro dos olhos
não formam os desenhos


...




2


Vi um velho homem na narrativa da cidade
suas labaredas mediam as histórias
Ônibus passam sobre os mortos
ruas que desfazem esperanças
Defuntos nos cheiros
nos cheiros
quem me dera rasgar minha alma
e desenhar um barco com as folhas cortadas.











9


Quem me dera perder-me nos oceanos
lançaria todos os sorrisos ao fundo
secaria os planos
esqueceria as bocas que me beijam

As palavras não são para mim
os afagos tão distante de meus braços
não podem nunca ser meus

Os risos que não dei
são as vozes de meus silêncios








Rodrigo Brito nasceu em 20 de fevereiro de 1989 em Cuiabá, Mato Grosso. Graduado em Psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso, atualmente é discente do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem (PPGEL-UFMT). 
Autor de Solstício ao Luar (2013) e Visões (2015), possui colaborações em jornais e antologias. Apreciador de Rock’n’roll, leitura e cinema, tenta socializar os seus devaneios através da arte.




fonte> http://www.literaturabr.com/2015/12/11/poemas-de-rodrigo-brito/









mais em http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?pag=1&id=49047&categoria=7&lista=lidos











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