quarta-feira, 11 de setembro de 2013

2 poemas de ROMÉRIO RÔMULO









ROMÉRIO RÔMULO


os calos detrimentam meu estrato.
a pele, osso e pedra, é solta em rebordosas amplas.
viveres e pontes cabem meu caminho
como as amplitudes recaem sobre  nós.
olhando o espasmo, meu relincho dorme.
os homens neutros, os rios neutros,
se despedaçaram.

sobrou de tudo a última trompa.

se muros fervilharam, outros muros cabem
como estampas nos rins e coração.
a construção do novo, breve aura
no olho vê-se, brusca.

quando etapas rangerem, vou rever meus antros.








quantos antros e destinos me ataram
pelo avesso da ilha.
mágicas só revertem a metade das noites
que as outras são concretos.

quantos avos e destinos me atormentaram
o rosto e o osso;
curvei-me a todos para estar perfeito.

a todos busquei ver como água e pedra:
com o olho, retalhei-lhes as faces
e o contíguo dos lábios.

pólvoras deixaram meu corpo em frangalhos.
mas atei-lhe os nós e os pedaços
como quem range à utopia.
fiz ver que vales e montanhas são nacos da vida.
no fôlego quente da espécie.

quando surgi de mim, fiquei varrido
e meu estado de coisa correu solto.



in Matéria Bruta / 2006




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