Leonardo Morais
(foto: Mallarmargens)
PONTO
DE ORVALHO
Doses infinitas de orvalho na noite destilada em fantasmagorias
fecundas de maçãs em fuga no lapso de uma promessa inventada
A noite como casa do infinito aconchego & solidão de uísque
ao estilo de anjos pistoleiros queimados em basalto nato
Degredo de tropeços docemente dilapidados mon amour azul
distante flanando na lábia perversa do Conde Lautréamont
Berrando as janelas pautam na invisível comoção um senso de
relâmpagos cromados sodomizando ouvidos à estardalhaços
Piscadelas de estrelas desorientando nuvens em reverência
à perdição da sombra suave contorno eco do indizível
Salvação a prospecção úmida na vertigem de asas à vontade
no flanar do olho em delírio na contradição entre o sim
& o não.
[Leonardo Morais]
Doses infinitas de orvalho na noite destilada em fantasmagorias
fecundas de maçãs em fuga no lapso de uma promessa inventada
A noite como casa do infinito aconchego & solidão de uísque
ao estilo de anjos pistoleiros queimados em basalto nato
Degredo de tropeços docemente dilapidados mon amour azul
distante flanando na lábia perversa do Conde Lautréamont
Berrando as janelas pautam na invisível comoção um senso de
relâmpagos cromados sodomizando ouvidos à estardalhaços
Piscadelas de estrelas desorientando nuvens em reverência
à perdição da sombra suave contorno eco do indizível
Salvação a prospecção úmida na vertigem de asas à vontade
no flanar do olho em delírio na contradição entre o sim
& o não.
[Leonardo Morais]
MEU
POEMA DE CAVEIRA
A vida como osso doce entalado na garganta
Périplos em rótulas às catedrais do enriquecimento ilícito de Deus
Olhos & almas embalsamados pelo toque de midas do Lúcifer midiático
A juventude deliciosamente apascentada se olha no espelho e ri do ignorante & contente vazio branco odontológico de seus dias
Velhos ovulam ocasos & esquecimentos
Crianças rugem por atenção principesca
às portas das casas, nos corredores de lojas, intransitável purgatório capitalista
Outras, esmolam ou (se) vendem
rosas
vermelhas brancas amarelas negras azuis
Cientes de que não pode haver perdão ou alento
enquanto o hálito da maquinaria esganar pulmões ou erigir paragens
cujo perfil
chicoteia em labirintos
a retina de uma multidão
desde sempre
natimorta
para a qual
eu mando um beijo e faço um brinde
um verso de amor
ao futuro
nos domínios da caveira.
[Leonardo Morais]
A vida como osso doce entalado na garganta
Périplos em rótulas às catedrais do enriquecimento ilícito de Deus
Olhos & almas embalsamados pelo toque de midas do Lúcifer midiático
A juventude deliciosamente apascentada se olha no espelho e ri do ignorante & contente vazio branco odontológico de seus dias
Velhos ovulam ocasos & esquecimentos
Crianças rugem por atenção principesca
às portas das casas, nos corredores de lojas, intransitável purgatório capitalista
Outras, esmolam ou (se) vendem
rosas
vermelhas brancas amarelas negras azuis
Cientes de que não pode haver perdão ou alento
enquanto o hálito da maquinaria esganar pulmões ou erigir paragens
cujo perfil
chicoteia em labirintos
a retina de uma multidão
desde sempre
natimorta
para a qual
eu mando um beijo e faço um brinde
um verso de amor
ao futuro
nos domínios da caveira.
[Leonardo Morais]
FALÊNCIA
MÚLTIPLA DE ÓRGÃOS
I.
A sordidez arrastada dos tapetes em doce crise de baganas
cambaleia na borda do sono canibal enquanto ponteiros mentem
SIM à esfinge indizível ritual de abismos abocanhando asas
II.
Jabuticabas cauterizadas pelo esgar de nuvens perfuradas em sal
não suportam mais o peso neon terror químico de uma trilha
AINDA executada à luz em aspereza do acorde uníssono mor
III.
Moravia em terno & pó espreitando La bella vita por cima do muro urro ensimesmado tropeçando em si ali o alho & olho
VIVO na vida na seta no arco no alvo no alvo no alvo
I.
A sordidez arrastada dos tapetes em doce crise de baganas
cambaleia na borda do sono canibal enquanto ponteiros mentem
SIM à esfinge indizível ritual de abismos abocanhando asas
II.
Jabuticabas cauterizadas pelo esgar de nuvens perfuradas em sal
não suportam mais o peso neon terror químico de uma trilha
AINDA executada à luz em aspereza do acorde uníssono mor
III.
Moravia em terno & pó espreitando La bella vita por cima do muro urro ensimesmado tropeçando em si ali o alho & olho
VIVO na vida na seta no arco no alvo no alvo no alvo
[Leonardo Morais]
fonte: facebook do autor
Gracias, Magalhaens! Evoé!
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