quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Aqui e Agora -- conto by LdeM

 





Aqui e Agora



    Também a ideia deste restaurante. Tem nome de marca, tem estrelas no catálogo. Parece na moda. Tendências… Sempre tem que ser o melhor. O melhor do bairro, da região, da cidade. O melhor restaurante do Império. Essa mania de competir. Tudo é competição. Todo mundo pensa em competição. Meu carro é melhor que o seu. Minha casa, meu aparelho de som, meu bunker. Eu só queria soltar pipa. Não queria ser o melhor. Soltar pipa por soltar pipa. Mas aí sempre aparecia um menino com uma linha de cerol ... e adeus pipa verde e amarela... E eu nem estava competindo com ele…


    Sônia então escolheu este. Muito bem. Vejamos o cardápio com cuidado. Ajeitemos aqui paletó e gravata... Fim de expediente. Vou pedir um drink simples. Sônia, querida, fique à vontade. Escolha aí seu drink, um prato daqueles temperados. Ela gosta de comida temperada, já disse no face. Adora postar fotos de bebidas e jantares monumentais. Nem sei o porquê. Deve ser pra amigas veremos e deixar uns comments e uns likes. Então Sônia querida o que você vai querer?


    – Olha, Agnaldo, você gosta de ensopado? Tem também empadão de frango? Só não gosto de camarão, estas casquinhas, tem gente que come lagosta...! Tenho até medo...


    Ela não gosta de crustáceos. Vamos anotar. Sônia prefere sopa, uns legumes… Quer manter a forma... Sei que vai à academia vez ou outra. Para não desacostumar. Já foi assídua mesmo. O garçom aqui quer intimidar. Fica de olho em tudo. Já fiz minha escolha. Vinho branco. Espero que a dela seja do agrado. Salgado aqui é o preço. Lembro de uma vez que saí com a Pamela, acho que foi a Pamela, em novembro, foi ano passado, e foi uma conta salgada, ela que era gerente em shopping e só de olho no melhor das vitrines. O melhor dos menus. Não importa o preço.


     No mais, esta luz aqui até que é tranquila. Faltava arrumar uma luz de velas... Não chegamos a tanto. Só um pouco mais de reserva. Sônia já escolheu. Se ajeita, passa a mão no rosto, nos lábios, coça a orelha. Me olha assim e assim. Sei. Eu apalpo meu bolso, ela aperta meu braço. Vem aí um beijo de fininho. Beleza. Ela adora coçar a minha nuca. Ainda mais no carro, quando manobro no estacionamento. Ou morder a orelha. Manias. Agora aí dizendo que vai ao toalete. Ok.


    Um lugar interessante. Gostei da luz. O garçom ali onipresente. Atendeu rápido. Até que ainda está meio vazio... Deve ser isso. É como me disseram. A Paula já jantou aqui com o marido. Ela adorou o atendimento. Ela até falou em comemorar aqui a boda de cristal... Que inveja. A Paula sempre foi mais do lar. Eu lembro das visitas dela com o Arthur... Na época eu já tinha terminado com o Gerson. Coisa da família dele. Eu por mim tudo bem. Mas família né...


     O Agnaldo olha ao redor, quer dar uma nota... Viu que aqui tudo tem um preço. Até pra respirar aqui o ar condicionado... Ele até evita tocar nas coisas... Vai que quebra uma aí vai ter um colapso. Olha como ele pinça cuidadoso a taça de vinho branco. Agnaldo é um homem e tanto mas é muito ... muito atormentado com coisas, valores, preços, cartões, boletos... Ele tem dinheiro, sei que tem. Mas fica aí agindo como se fosse um pobretão... Como se pobretão viesse frequentar um lugar destes aqui né... Tudo cristal, luz, aconchego... O Agnaldo me deixa assim. Ele sabe. Gosto de ficar junto. Só não gosta quando aperto ele quando está dirigindo. Sônia você quer que eu bata o carro é?


     Deixa eu escolher aqui. Tem ensopado. Eu adoro. Salada, geleia, sorvete. Camarão, lagosta, não gosto. Prefiro ensopado. Pode ser este. Um drink. Uau! … vinho branco. Obrigada. Lá fora tão quente, aqui uma delícia. Até arrepia. Deixa eu apertar o meu homem aqui. Ele olha para cada preço com uma cara! Meu bem, meu bem, deixa disso. Olha o nível, o padrão do lugar. Vale cada centavo, meu bem. Me beija aqui! Pode relaxar... Será que a luz desfoca um pouco... Não, foto, não... Preciso ver o brilho do batom...


       Parece que a sua amiga te deu uma bela indicação…


    Até arrepia aqui. Servem ótima bebida. Quero ver na hora de ir... Agnaldo bebe pouco... Ainda mais aqui. Está no volante. Vamos para a zona sul. Tem um motel na saída do anel rodoviário. Já fui lá... Não com o Agnaldo... Foi o ... deixa eu ver... o Lucas, o Silveira, ele mesmo... Fez tudo rápido... De madrugada quis mais... Eu queria era dormir e não acordar... Quanto tempo fiquei com o Lucas Silveira... Um ano, não, nem isso... Custou a pegar o meu ritmo... Mas era muito... muito dono da gente... Parecia mais um patrão que um noivo... Eu noivei com ele! Deus do Céu... Fui noiva dele! Ainda bem que desisti... Não ia dar certo mesmo... A Paula é que tem sorte com homem. Mais de dez anos com o Arthur. Ela escolheu bem.


    Agnaldo escolheu e eu continuo a apertar seu braço, alisar sua coxa. Ele é muito discreto, reservado. Eu preferia uns apertos. Quero uma noite quente. Aqui está frio. Lá uma noite quente entre os lençóis. Ainda bem que ele não é rápido, gosta de me lamber primeiro. Só depois é que eu começo a lamber ele. Ele quase gozando. Depois me puxa os cabelos, lambendo minhas costas, antes de ... antes de ... uau!... A noite promete.

    Antes ele vinha com um papo chato de reciclagem, lixo eletrônico. Coisas do serviço dele... Não gosto de falar de serviço, coisa chata. Serviço você trabalha e depois vai para casa, para um happy hour. Esquece o lance. Na cama eu esqueço tudo. Não quero saber de serviço não. Estou é querendo cair na cama. Mas o jantar promete. Mas agora até acho frio aqui... Uma sauna seria legal. Uma banheira de hidromassagem.





     Sônia é mulher livre, desimpedida. Sei que ela já foi noiva… Mas agora é livre. Não quero mulher de sujeito nenhum. Quero competir não. Tem sujeito armado cuidando do harém… Agora que tem cidadão que gosta de disputar mulher. Moça sozinha ele não quer, nem olha… Basta a mulher andar com noivo, marido, lá vai o don juan… Só pra ter encrenca. É que o cara gosta de competir… Quando seduz, quando conquista a mulher, o cidadão até desisti… Ele tem seu troféu. A mulher vê a burrada e vai esconder o choro.


     Salgado aqui é o preço. Olha só este camarão… E ela não gosta. Meu avô era baiano. Adorava camarão. Bolinho de feijão. Acarajé, caruru, vatapá, moqueca, beijú, bobó de camarão. Arroz com milho e uvas passas e e ervilhas e cenoura em cubinhos. Qual o nome? Arroz à grega. E os ensopados a Sônia não perdoa. Vejo que ela é mulher de apetites. Comendo com a boca e me comendo com os olhos. Não quero comer muito. Barriga cheia não ajuda minha performance. Os movimentos precisam ser perfeitos. Ainda mais a mulher por cima. Sei que ela vai avaliar e dar notas para tudo. Ah, nisso ela é sistemática… Mais do que eu com minha conta bancária.

    – Não sei como você pode gostar de camarão… O molho parece bom...


      Ela provoca. Realmente o camarão está belíssimo. O molho fenomenal. Gostei do arroz. Espero gostar também da conta. O garçom voltou com porção de batatas gratinadas. Não quero comer até estufar. É preciso moderação, autocontrole. Mas aqui cada porção vale ouro com diamantes. Não aceito desperdícios. Batatas nota 100. Molho tem algo de picante… molho com gengibre? Realmente… E ainda temos a geleia. Preciso ainda ver o estacionamento. E gorjeta, e motel, e retorno, e eventualidades. Já precisei de guincho. Tinha grana na conta. É preciso cautela e moderação.




       Agnaldo come aos poucos. Parece que tem medo de comer. O preço tirou o apetite? Acho que ele não quer chegar lá e cair na cama… dormindo e roncando. A noite só está começando. Eu sempre acho. Acordei tarde pra isso. Que horas eu acordei? Lá pelas dez, ou onze… Só almocei uma hora. Jornal Hoje. Campanhas eleitorais. Só tem messias e salvadores e santos! Todos querem salvar o país, o meio ambiente, os pobres. Haja demagogia. É muito mito e papo furado.


      Depois fui ligar pra Virgínia. Ela com o namorado novo. O cara é mochileiro, trilheiro, quer ser montanhistas, escalar as serras. Virgínia garante que o cara é saradão, barriga tanquinho, vive nas bikes e anda de skate. É claro que é mais novo que ela… Ela tem uns trinta… O moço tem uns vinte e cinco… Mas acho que o lance ali é cama mesmo. Se merecem. Virgínia sempre escolheu os homens pelo tamanho e pela cama. Não é de ligar pro dinheiro.


       Dinheiro que o Agnaldo tem mas faz questão de não mostrar. Tem empresa, tem carro, tem casa de campo. Sei, sei. É um quarentão em plena forma. Barriga, ok. Coxas, ok. Braços, ok. É magro, é alto, é amorenado, é cabelo natural. Só parece que fez uns tratamentos dentários. Esses dentes não são naturais. Tem clareamento, alguma prótese, ou restauração, um alinhamento, um implante ou outro. Minha mãe, quando conhecer, vai dizer o que é… De repente já foi cliente dela… Aqui é uma aldeia. Duvido nada.


     – Lembrei de você na festa da Ângela… Mas você estava acompanhada...

      Ele se lembrou… Já tem quase um ano… Marquei presença. Agora a geleia de morango. Maravilhosa. Ótima escolha. Agnaldo gostou também? Acho que sim. Ele merece um beijo. Ele fica encabulado. Não gosta de ser agarrado em público. Já tive namorado que se você deixar te agarra nomeio da rua, atrás do poste, no banco da pracinha, a mão debaixo da saia, a mão nos peitos. O Agnaldo não. Não tem tesão por público. Gosta é das quatro paredes. Ali é que é o vale tudo.




      Bom. Ótima sobremesa. Vejo que Sônia gostou. Só a luz está meio deprê. Muito baixa. Ou dando a impressão de ser mais tarde. Até dá sono. Ou é por que a qui está frio? Deve ser isso. Dá arrepios. É aconchegante. Sem dúvida. E caro. Mas este sofá macio dá vontade de afundar. Conforto é sempre assim: você paga caro. Igual a este vinho branco aqui.

      Todo conforto tem um preço. A mulher valoriza o conforto. Toda mulher sabe que o conforto tem um preço. Toda mulher tem um preço? Afinal, elas não aceitam qualquer convite! A Sônia antes recusou dois. Esta é a terceira e última tentativa. Até aqui tudo bem.


     – Esta geleia está divina! Você viu o sorvete de flocos? Ou prefere napolitano?


     Esta aqui come a comida pensando na sobremesa e come a sobremesa com olhos em outra sobremesa. Comendo a geleia de morango e pensando no sorvete de flocos ou conjecturando sobre o napolitano. Eu vou parar na geleia. Ponto final. Ela que se vire com o sorvete... ou sorvetes. Nada a reclamar do serviço. Atendimento recomendável. Agora, as mesas todas ocupadas, o garçom jogou o olhar para outros cantos. Achei o garçom meio inconveniente... Mas fez o serviço.


     Mensagens não param. Prometi não olhar. Mas aqui tem duas da Geisa. Deve estar pensando que estou em casa vendo TV. Difícil é uma ex curiosa. Muito curiosa. Geisa se pudesse exigia relatórios, com horários, entradas e saída, e compromissos, com quem falava e quando. Não daria certo assim. Espero que Sônia não seja assim. Ela está mais preocupada com o sorvete ou sorvetes. Vejo que ela aproveitou o jantar. Hora de pagar a conta... Tudo isso!




     Melhor que uma geleia, só um sorvete. Melhor que um sorvete, só outro sorvete. É o que penso. Se a noite for boa como este jantar... Ah, promete. Agnaldo sempre tão atencioso, assim, quer saber se gostei, e tal. Gosto de homem atencioso. Tem que agradar. Pegar firme. Pensar na parceira. Deixar a vontade. No ritmo dela. Assim é que ele agrada.


     Não fazer do jeito dele, mas do meu jeito. Carinho é isso. Não é só entrar e sair. É atenção antes, durante e depois. Derreter a mulher igual este sorvete derrete. Daqueles caras que carregam no colo? Será ? Agnaldo é muito contido, muito discreto, não é nada teatral. Nem num casamento, nem noite de núpcias. Uau … esse Agnaldo é homem pra casar. Eu aqui pensando nos sais de banho, na banheira com bolhas, na espuma escorrendo, eu esfregando as costas dele, unhas nos cabelos, escorrendo pelo chão. Agora ele todo sério. É hora de pagar a conta.



ago/22


Leonardo de Magalhaens


poeta, contista, crítico literário



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sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Sobre ENLEVO 2020 obra poética de Adriano Borçari


 

 

 

sobre Enlevo [2020]

obra poética

do poeta Adriano Borçari

[1974-]



Poesia extraída do drama cotidiano



     Temos na obra Enlevo de Adriano Borçari uma poesia nascida de divagações, digressões, meditações sobre o cotidiano, sobre o viver em família, sobre os poucos momentos felizes da vida, sem rebuscamentos de erudição ou citações de mitologias ou devaneios místicos, como podem imaginar os beletristas da poesia enquanto construto complexo. Às vezes a Poesia está mesmo é no mais simples.


     O Poeta está em busca de paz, de posicionamento no mundo, na consciência de ser parte de algo, estar no lugar certo, cumprir suas potencialidades, não desperdiçar tempo e energia com inutilidades. Ter a consciência de ser um elo numa enorme cadeia, de ancestrais e de futura prole,


Volto a ver, o que o avô outrora viu

Antes dele, tantas gerações

Pavimentaram caminhos inconclusos que hoje percorro

Até a beira de meu existir


[In finito, p. 14]



     É a busca de pertencimento que leva o Poeta às indagações, as antigas e novas, de ser no mundo, de ser num grupo, de pessoa, um indivíduo e um cidadão num coletivo, numa sociedade, de desiguais, de privilegiados e de miseráveis,



Mas se não pertenço à manada a qual se referiu Zé Ramalho

A quem pertenço?

Qual grupo componho?

Pois não estou entre os favorecidos

Nem tampouco à margem!


[Dança das engrenagens, p. 16]



     Sua consciência de lugar no mundo conduz o Poeta a uma percepção de ciclo cósmico a partir de pequenas constatações, de que tudo é movimento, tudo se move, tudo fluindo como um rio, rumo a uma Infinidade, ou Eternidade, aqui e no futuro, como sucessão de agoras,


Mas sempre em movimento

Neste movimento, de contornos aos obstáculos

Visita velhos caminhos e encontra outros novos

Entretanto, sempre fluindo de volta


[Rio cheio, p. 20]




Daqui, de dentro do efêmero

Me esgueiro para alcançar um novo olhar

Na esperança de mirar algo

Que não se meça:

Nem pelos segundos 

Nem pelos cifrões

..


A luz se faz trevas

O novo envelhece

..

Só então,


Me abandono no Eterno


[No eterno, p. 24]



     O abandono ao Eterno lembra Carlos Drummond de Andrade no poema ‘Eterno’ em sua Antologia Poética, Eterno / E como ficou chato ser moderno. / Agora serei eterno. // Eterno! Eterno! / O Padre Eterno, / a vida eterna, / o fogo eterno. O poema de Drummond de Andrade vem mostrar a relação do indivíduo consciente com a Divindade, o Eterno que habita dentro e lá fora, no microcosmo e no macrocosmo, como revela seus versos de fé,



Mas a inteireza do Mistério,

Do que não se pode ver, nem ouvir, nem tocar

Mas que ao fechar os olhos 

Olhar para dentro e só ver Aquele: Eu Sou! 


[, p. 34]



     O Poeta tem a consciência de ter a palavra como uma revelação, desvelar de si mesmo, um aprofundar-se para melhor conhecer-se, e sua posição no Cosmo e sua existência num ciclo de vicissitudes,


Assumo-me, desnudo-me

Frente e verso.

Encontro no aparente, cansaço.


Uma lombeira existencial dos altos e baixos.


[Paz, p. 38]



     Até ele vem sua consciência de uma vida de classe média entre muros e grades, pois aqueles que detêm bens se defendem daqueles que não têm posses, deixando uma paisagem de segregação, com condomínios parecendo mais aquelas fortalezas medievais, como uma nova Idade Média dividida entre nobres e plebeus,


Somente muros 

Cercas elétricas e concertinas

Até onde o consumo nos levaria?

Mais grades mais muros 

Daqui d'onde escrevo

Carandiru da classe média baixa


[Mar de concreto, p. 46]




     Para dar novo fôlego existencial aos seus poemas temos os registros de cenas da vida familiar, com observações simples e profundas, como pequenos flashes de um microcosmo, nos fins de semana no abrigo do Lar,



Respiro fundo

Encho a alma de vida

Da vida que partilhamos

Essa é a nossa casa

Fazemos de cada momento, nosso, inteiro



[Mais um sábado, p. 59]



Nossa sala, nosso lar

Amo estar aqui

Seguro sou que isso é paz!

Vivo a vida, vivo o dia

Hoje é domingo


[Domingo, p. 79]





     Em contraponto temos relatos de verdadeiros absurdos da existência em figuras inusitadas que conformam a banalidade do absurdo, que pode aparecer a plena luz do sol, e deixa aquele desconforto a produzir epifanias, que se explicitam nos versos, mais sobre si mesmo do que julgamento de absurdos alheios,



Diante dos absurdos que hoje encontro

Sabedor de que assim me fiz

Só me resta ser grato

Por me desfazer e refazer

Da absurda condição de produzir absurdos



[Duelo do absurdíssimo, p. 63]




      Em tais oscilações de dentro e fora, micro e macro, consciência e efemeridade, vida comum e absurdo, o Poeta Adriano Borçari tece sua obra poética Enlevo de versos simples e confessionais, deixando pérolas nas entrelinhas que um/a leitor/a atento conseguirá pescar com um esforço de concentração. O caso é se teremos tempo para tal numa vida pós-moderna de constantes turbulências e mil distrações.



ago / 22



Leonardo de Magalhaens 

poeta, contista, crítico literário

Bacharel em Letras / FALE / UFMG


 

 

 by LdeM