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poemas de
ADILSON
ALCHUIY
BEATS
ILUMINADOS
sacerdotes
das festas do futuro
reinventaram
os relógios de hoje
aniquilando
a velhice do passado
sobreviventes
sem nenhum heroísmo
no
presente cotidiano...
no
sacramento lunar dos corpos etéreos
posso
vê-los nas estradas dos mundos
pegando
carona no vento...
pulando
dos vagões enferrujados
deitados
nas beiras da loucura
com
uma mochila cheia de estrelas
distribuindo
aventuras no infinito...
visionários
semeadores
dos sonhos
cantando
música no silêncio
jazz
na esquina da pele suando...
exilados
crisântemos no deserto
dando
vida às sombras dançando...
ecos
sussurrados entre as mãos
que
escondem lábios
beijando
o rosto angelical
ou
demoníaco
da
ternura
...
VAGABUNDOS
ILUMINADOS
vagabundos
não devem à solidão
uma
carona de espelhos retrovisores
estão
nos polegares adormecidos
com
cãibras em algum lugar
desabotoando
ou abrindo o zíper
da
braguilha escondendo o prazer
mijando
em quem compartilhou o gozo
frenético
nas idades
vagabundos
são mentirosos poetas
pichando
os muros de um cemitério
cheio
de saudades roubando dentes
ouro
nos ossos que inspiram ainda
alguma
inquietude nos vermes insaciáveis
vagabundos
são aqueles que andam em círculos
sonham
no mesmo lugar que andaram
por
mundos diferentes
vagabundos
são aqueles que encontram
no
bolso furado uma maneira de torná-los
mais
pobres perdendo moedas para marcarem
território
quando ficam com fome
vagabundos
são amigos indizíveis
que
estão num vagão enferrujado de trem
que
lembram teu nome
quando
ouvem uma música
in:
CARTOLA VAZIA POR SENSAÇÕES SEM TRUQUES / 2016
mais
sobre poemas de AA em
http://leoliteraturaescrita.blogspot.com.br/2015/07/sobre-poemas-de-adilson-alchuiy.html