quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Trilogia Semiótica - II - O Luar






Trilogia  semiótica



II


O luar



O luar
banha de luz
os casais na avenida
e no cais.


O luar
é a musa dos violeiros
seresteiros.


O luar
é uma imagem
nos poemas do Bilac.


O luar
é um holofote indiscreto sobre
o beijo dos namorados.


O luar
é apenas o reflexo
da luz solar na superfície lunar.


O luar
contagia
os poetas e os lobisomens.


O luar
apaga
as estrelas do cinturão
de Orião.


O luar
reflete
a silhueta da árvore
na face do taxista.


O luar
ilumina as ruas becos
escuros de corpos morenos.


O luar
é um tema musical
do magistral Debussy.


O luar
revela
um jorro de porra
ou de sangue.


O luar
assombra
um quadro romântico
de Caspar David.


O luar
derramado
sobre amores e olhares.


O luar
mergulha
no mar.


O luar
escorrega
da suspensa bolacha de luz
fatiada
pelos fios de
alta-tensão.


 .

28mar10

Leonardo de Magalhaens

.
.
trilhas sonoras
.
Beethoven! Moonlight Sonata

 .

Debussy! Clair de Lune

.
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