Soneto
O Vermelho e o Negro
Na província, jovem ambicioso
Segue os passos d'uma figura heroica,
Seduz dama e nobres, audacioso,
Subindo numa vida paranoica.
Julien Sorel, o plebeu francês,
Depois do grã Império do General,
O grande arauto do mundo burguês,
Fez de Bonaparte seu ideal.
Cortejou donzela nobre; se vingou;
Não se previu d'uma antiga paixão:
Da ascensão à uma prisão findou,
Delirando em sua louca ambição,
O pobre rapaz nunca se livrou
Da sombra augusta de Napoleão.
Dez 24
LdeM
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Soneto
Crime e Castigo
E cheio de ideias, um jovem russo
Se julgava ser extraordinário
Para matar mesmo sem um soluço
A quem julgasse mero salafrário.
Devia juros a uma senhora,
Vivia pobre sem qualquer salário,
Aos estudos voltar sem demora
E sair de seu mundo solitário.
Raskolnikov, um jovem revoltado,
Tinha em Bonaparte um ideal
E vivendo sempre amargurado,
Por nunca demonstrar grandeza igual,
Cometeu atroz crime premeditado
E sofreu seu castigo até o final.
Dez 24
LdeM
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Soneto
Os Miseráveis
Homem preso por roubar simples pão,
Jean Valjean sofreu com a crueldade,
Que as pobres almas sofrem na prisão,
Os miseráveis sem a caridade.
Lá expostos à desumanidade,
Todos os pobres sem qualquer justiça,
Sob rigores da Lei sem piedade
Vivem em penitência postiça.
Valjean foi honrado com o perdão:
Ganhou mais uma oportunidade
De ser um novo honesto cidadão.
Jean cuidou de órfã, salvou um jovem,
Reaprendeu a viver a liberdade
Em nobres proezas que nos comovem.
Dez 24
LdeM
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Soneto
Madame Bovary
Emma Bovary, a madame fina,
Soluçava infeliz no casamento,
Casada com médico de renome,
Homem provinciano sem talentos.
Aprecia a leitura de romances,
Obras sentimentais, fantasias,
Hábito que trazia do convento,
Sonhava os príncipes de poesias.
Uma vida de conforto e de tédio,
Cotidiano fútil sem enredo,
Madame busca suas paixões com medo,
Com os amantes, Emma vive as novelas,
Os plot twists que a vida lhe negou
E os dramas que na morte resultou.
Dez 24
LdeM
LdeM
poeta, contista, crítico literário
Bacharel em Letras FALE / UFMG
BH MG
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